NÚCLEODE CAOS
06
2016
06/3 estréia da temporada
Mal-Estar em JAKARTA -
rito Biopolítico - RJ
em cena - Glaucus Noia
sonoridade - Andressa Zanette
(em BH e SP acontecerão
rituais ao mesmo tempo
com os outros membros do
núcleo, Marcelino Bessa e
Mogli)
Ma
2015
1e2 e 4e5/08
workshop
Caos Dança Butoh
e desfiguração com argila
festival PERTURBE
Curitiba - PR
02/08
CHAOS VETERVM
performance ritual
festival PERTURBE
passeio público, Curitiba - PR
17h
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10/05
auto imolação - IGNIS INNATVRALIS II
série rituais radicais. processo 2 .
Estação de Metro Glória
saída ao lado do Amarelinho
18h
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20/05
Elegia em cinza
Exposição URBANICIDADE
Galeria, espaço Cultural e Bar Olho da Rua
Rua Bambina, 6.
19h
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03/06
Auto imolação - IGNIS INNATVRALIS
série rituais radicais. processo 3 .
Estação de Metro Glória
saída ao lado do Amarelinho
20h
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Réquiem Elegiaco - negro
Nova casa da Comuna - Rua Frei Caneca, 57 - Centro.
(data anterior cancelada e ainda não confirmada a remarcação)
MAL-ESTAR EM JAKARTA - Rito Biopolítico
temporada do Mal-Estar em Jakarta no Rio
de 06 de março a 10 de abril
dança teatro ritual
20 minutos
publico de 20
contribuição consciente*
contribuição sugerida R$15
reserve sua participação
reservas e mais informações
nucleodecaos@gmail.com
www.nucleodecaos.wix.com/nucleodecaos
21 969 242 152
(* contribuição consciente não é apenas dê o quanto quiser. mas a oportunidade de voce mesmo pesar com quanto voce pode, quer, acha interessante e/ou suficiente colaborar para ajudar a cobrir os custos da obra e do periodo de desenvolvimento, e apoiar a continuidade dos processos d@s coletivos, do espaço e d@s artistas envolvid@s enquanto artistas independentes. )
Peça de Caos Butoh inspirada nos macacos mascarados de Jakarta, na Indonésia. topeng monyet.
Rito biopolítico
Delirando meios e linguagens no processo de aberturas a outras realidades e intemporalidades.
Uma jornada pelo inumano, aberto. Mergulho na sagrada escuridão para além de dicotomias. originária e além.
partindo dos macacos de Jakarta (topeng monyet) na Indonésia, com sua imagem bizarra e fascinante
e a domesticação e tortura para atuarem comportamentos sociais humanos em troca de esmolas.
Sobreposição de corpos em relações. absurdo como propulsão.
" Brechas, uma velha sábia me disse outro dia, há que buscá-las, para uma caminhada libertária: só os desvios perfuram o corpo social e nos fazem transbordar a energia da vitalidade, do prazer e da fartura.
A imersão na escuridão evoca o nada que somos, evoca o nada de onde viemos e para onde caminhamos. Ele me perguntou se eu pensei na energia do feminino, no feminino... Não, foram momentos sem dicotomias, o que me lembro é que quase nada pensava..
…
Depois sim, pensei, pensei muito, deveras. Saí contaminada.
É perigoso, desconfiem!
Haveria uma proposição objetiva que se comporta em palavras ajeitadas em frase?
A memória fez conexões, trouxe o corpo sem órgãos que li primeiro em Deleuze, mas que foi Artaud que colocou na roda em forma de palavras – pensamento.
E que antes destes, senti na pele fervorosamente na adolescência - nos atropelos ruidosos de incompreensão da lógica ocidental de amadurecimento social. Um pausa nesse adendo.
A sexta-feira, a chuva – toró, a casa com musgos e poças d’água foram um convite para o encontro.
De repente, o que vi ali eram formas que se movimentaram sem a preocupação da utilidade ou da preservação, riscaram o tempo e demandaram outro modo de se estar no espaço.
Seria um estado do corpo animal intuitivo que ao se libertar não se movimenta muito, fica quiet@, se escuta, se silencia em sua paz e em seu caos. ? !
A expansão do infinito ao horizonte, ao mergulho no mar, ao calor do sertão e a imensidão do deserto nos interioriza, nos camufla, nos capta por osmose e aquele corpo guiado ou atento ao som criado resiste, insiste, morre e vive.
Andressa fica em um escuro quase completo manuseia instrumentos, toca uma flauta, coloca vibrações sonoras pra fora, é um corpo parado, sentado e agora ao lembrar: vejo que ela voava pelo espaço como uma bruxa silenciosa.
”
Catu
trecho de um relato que muito nos interessa de um primeiro contato com nossa ritualistica em um dos ensaios abertos da peça. o relato nos toca em inumeros lugares e nos poupa escrita e conceituação de vários pontos.
Costura Radical. Ritual e crítica Biopolítica.
Ressonante, sim, às propostas de Artaud: trazer os corpos de volta a vida. Desfigurar corpo e espaço. Dançar o vazio. Compor o espaço Ritual e dilata-lo ao público. Alcançar e tocar o público em, e para, outros lugares. despertar transformações que vazem para a vida.
Desbravar outros espaços ocultos no espaço “vazio”, cavando veios de acesso por onde ecloda, de
volta, o corpo esquecido, sequestrado pelo civilizacional, docilizado pelas
colonizações e catequezes historicas e cotidianas: do Cristo; do Capital e seus
inúmeros análogos Ismos.
Corpo a-historico, a-temporal em seu mover inédito.
Que nos conecte a outras percepções
Elegia em Cinza
Glaucus Noia e A1/Núcleo de Caos
A cidade peito de concreto cerrado. monstruosidade cristalizada. horizonte de eventos do abismo em que nos lançamos dilatando instantes acelerados.
absolutamente viciado em poder, o ser-humano se confunde mais e mais com tecnologias da morte, da exploração do morrer e do fazer morrer. ainda que "somente" em potência. Ainda que em vida. Nos serve, aos que dançam ainda em potência, desenvolver a capacidade de dançar com e para seus "mortos" nossa celebração da existência advaita, não dual.
nós ofertamos corpos inuteis. improdutivos e suas danças incomuns que, ora nada fazem, ora fazem nada. para que?! para nada! exatamente para isso: nada! e desse nada é que algum dia produzirá lembrança em sonho a multidão de operários e funcionais em morte despercebida no cozimento lento dos dias sem tempo, na asfixia do corpo codificado (e comodificado) e isolado em embalagens fractais. da vida domesticada. do imaginário colonizado e da existencia rendida, tragada pelo acaso cifrado, pelo estatuto do bem/ branco/ limpo/ correto ordinário. Biopolitica! Vida para Consumo!
assim nossa Caos Dança Butoh celebra um ritual fúnebre de alegria e contagio. tendo a terra aprisionada como cadáver e o concreto e o asfalto como Homem de Vime. em cada edificio uma efígie. nossa fiesta por los muertos!
Elegia em Cinza!
_aqui, onde queima esse fogo é sagrado! Baltimore, Curitiba, Egito, Grécia, Oaxaca!
maravilhosos rituais de libertação! com o ato ritual de limpeza pelo fogo, retornam a noite e a magia intensando. Grunhindo, babando e sangrando animalidade! auto imolação! ato biopolitico radical.
cada estampido arroja cada corpo que cai junto ao peso tonelado concreto sob a enorme britadeira, para alimentar o coro de variados impulsos que nos envergam a trajetoria em conformidade aos miolos de girassóis, supernovas e fibonacci.
urbanicidade do homem nu.
“Já que toda a modernidade humanista soube apenas fazer proliferar tecnologias da morte, o animalismo deverá convidar a uma nova maneira de viver com os mortos. Com o planeta como cadáver e como fantasma. Transformar a necropolítica em necroestética. O animalismo torna-se portanto uma festa fúnebre. Uma celebração do luto. O animalismo é rito funerário, nascimento. Uma reunião solene de plantas e de flores em torno das vítimas da história do humanismo. O animalismo é uma separação e um acolhimento. O indigenismo queer, a pansexualidade planetária que transcende as espécies e os sexos, e o tecnoxamanismo, sistema de comunicação interespécies, são dispositivos de luto.
O animalismo não é um naturalismo. É um sistema ritual total. Uma contratecnologia de produção da consciência. A conversão para uma forma de vida, sem qualquer soberania.”
Paul Beatriz Preciado